sábado, 31 de outubro de 2009

OS "FERRAMENTEIROS"

Esta expressão ouvi-a à pouco tempo, referente àquilo que muitos psicólogos e pxicólogas têm se tornado, ou sobre aquilo que é esperado que sejam.
Vem a propósito da orientação funcionalista, mais presente nos modelos behavioristas e cognitivistas, que se caracteriza pela conceptualização dos modos de funcionamento do sujeito psicológico e não tanto da sua organização estrutural.
Estes modelos, mas eu diria, não só estes modelos, correm o risco de derrapar, e já derraparam, numa ferramentalismo, no qual, o valor supremo é o da ferramenta.
"Somos esperados ser ferramenteiros", ouvi eu esta semana, frase que me soou muito bem aos meus ouvidos. Ou seja, exaltando idolatricamente o valor da técnica... quer dizer, na verdade nem será da técnica, pois eu louvo muito a técnica caso contrário não havia sentido estudar para se ser psicólogo, mas sim o valor, ou o suposto valor, de caixas e mais caixas de mini-técnicas vazias, ocas, sem sentido, sem estreita ligação com a formulação conceptual, e tornando a Psicologia mais um jogo de bonecas do que outra coisa.
Penso que o mais gritante não é propriamente aquilo que foi inventado até agora, o que me preocupa são os actuais modos de utilização desse material relativamente interessante, que perpetuam uma grave desvalorização da Ciência Psicológica, o desfazamento entre estratégias de intervenção e realidade, ou seja, a concrectude do problema, o distanciamento entre os psicólogos e a sociedade - e aí cabia investigar-se se haveriam diferenças a nível socio-económico-, entre outras consequências desastrosas que já são uma realidade actualmente.
E depois perguntam-se porque é que as pessoas são tão "resistentes" ou porque o psicólogo não consegue intervir nos processos de primeira ordem (centrais) do cliente...

Cumprimentos,
PSYCHO-TALKING.

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